segunda-feira, 19 de outubro de 2009

EXCLUSIVO: Entrevista com Manoel Carlos, o autor da novela "Viver a Vida"

por Renato Lima

foto TV Globo / João Miguel Júnior
O autor Manoel Carlos trata da superação em “Viver a Vida”



‘Viver a Vida’ com superação

“Viver a Vida”, novela da Globo que estreou no último mês, tem a superação como tema principal. Várias são as histórias de lutas e conquistas contadas pelo novelista Manoel Carlos, tanto na ficção, quanto na vida real, já que cada capítulo é encerrado com um depoimento de pessoas que convivem com uma situação de superação, principalmente com deficiências físicas e mentais.
Uma das protagonistas da novela, Alinne Moraes, vive Luciana, uma modelo que sofrerá um terrível acidente e ficará paraplégica. Esta será a principal história de superação da trama, uma vez que o autor promete mostrar o dia a dia de um deficiente, como o trabalho, o namoro, o sexo, etc.. “Minha intenção maior é mostrar os sentimentos de perda e de superação de obstáculos, a busca por uma força que nem a gente lembra que tem”, destaca.
Nesta entrevista, Manoel Carlos fala um pouco desse assunto tão em voga nos últimos anos.
“Viver a Vida” trata da superação. Como surgiu a ideia e de que forma o tema será tratado?
Interesso-me por histórias de superação. De pessoas que conseguem transpor obstáculos, aparentemente intransponíveis, tirando, de dentro de si, uma força que não imaginavam possuir. Que chegam a um limite de sofrimento – de onde não conseguem avistar uma saída –, mas que mesmo assim lutam, não se entregam, e acabam por encontrar uma solução para suas vidas. Viram exemplos de superação. Exemplos de que a vida vale a pena ser vivida, apesar de tudo.

A personagem Luciana, da Alinne Moraes, será cadeirante. Esta questão da superação inclui, obviamente, esta personagem. Como a questão da acessibilidade e demais problemas enfrentados pelos cadeirantes no Brasil poderão ser trabalhados na novela?
Luciana (Alinne Moraes) vai ser talvez o exemplo máximo de superação, entre outros que a novela vai mostrar. Como ainda não escrevi as cenas do acidente e da recuperação de Luciana, ainda não tenho como te dizer quais serão exatamente os problemas que incluirei na novela. Mas minha intenção maior é mostrar os sentimentos de perda e de superação de obstáculos, a busca por uma força que nem a gente lembra que tem.

Ao ouvir Ongs e cadeirantes, o senhor e sua equipe de criação tiveram acesso às principais reivindicações desse grupo?
Fizemos uma pesquisa bastante aprofundada sobre o tema. Não me baseei numa, mas em muitas pessoas que viveram e vivem grandes dramas, desses que parecem insuperáveis, mas que acabam vislumbrando uma luz no fim do túnel, uma saída num beco que parecia sem saída. Não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro esses exemplos existem e podem ser imitados.

Quais as outras formas de superação que poderemos ver ao longo dos próximo oito meses de novela?
Ah, teremos várias formas de superação. Vou trazer o tema dos Cuidados Paliativos, que é uma área nova da medicina. Também teremos o problema do alcoolismo, que considero um dos maiores flagelos sociais do mundo. Venho lendo durante os últimos anos sobre o crescente número de jovens, grande parte composto de mulheres, que se entregam ao vício, justificando-o como uma necessidade social. O álcool, para desgraça nossa, é considerado uma droga lícita, o que não deixa de ser um contra-senso.


Renato Lima exclusivo para a Revista Regional e Jornal A Gazeta

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