Mesmo quem não dirige já percebeu: está cada dia mais difícil trafegar pelas ruas de Capivari. Provenientes de obras mal finalizadas ou do desgaste causado pelo tempo, os buracos estão por toda parte. Risco para os pedestres e os veículos que trafegam pelas vias. Da boca dos moradores, o discurso que se houve soa com tom de reclamação e cobrança. “Você não sabe se está andando em uma rua que tem buracos ou em buracos que têm um pedaço de rua. Você desvia de um e cai em outro. Parece até que estamos fazendo rally”, ironizou o motorista Caio Martins, 32.
Brincadeiras à parte, Martins se mostra descontente com o estado das ruas: “Pode perguntar pra qualquer pessoa que dirige, todos vão reclamar dos buracos. A situação precisa melhorar muito. Quem vai pagar o conserto do meu carro a hora que eu passar em um buraco e quebrar alguma coisa? Acho que quem precisa tapar os buracos não vai pagar, né?”, questionou.
Segundo o motorista Elisando Casares, 35, o serviço de tapa buracos feito pela Prefeitura, é apenas uma solução temporária para os problemas. “Tapam os buracos, mas não dura nada. Eles vão lá, trabalham algum tempo e depois de um mês precisam voltar de novo, porque os buracos já apareceram novamente. Ao invés de fazer esses remendos, eles deveriam recapear as ruas”, declarou.
“Lombadas ao avesso”
Motorista há 17 anos, Nilce Oliveira, 42, encara os buracos com bom humor. “A cidade está cheia, muito cheia, de lombadas ao avesso. Já cansei de ficar irritada com os buracos. Já estava me fazendo mal. Agora, nem me preocupo e até brinco para não ficar estressada, já que não arrumam mesmo”, disse.
Durante visita a alguns bairros, a equipe de reportagem do jornal A Gazeta encontrou senão os maiores buracos, os que mais são
motivos de reclamação dos moradores e apresenta alguns deles:
Os motoristas que sobem a rua Bento Dias e entram na Fernando de Barros, no Centro, são obrigados, no momento em que fazem a curva, a reduzir a velocidade devido a um buraco.
Problema antigo na rua Vinícius de Moraes, na Morada do Sol, os buracos se espalharam por toda parte e tomaram conta da rua. Na imagem, garoto quase cai ao tentar atravessar a rua.
Na rua Bento Dias, no Centro, em frete ao Banco Itaú, um buraco corta a rua, de uma guia a outra. Segundo relataram comerciantes e moradores, há pouco mais de uma semana, homens do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (Saae), abriram um buraco na rua para executar um serviço no esgoto. Porém, após a conclusão do trabalho, o buraco foi fechado apenas com terra.
Motoristas enfrentam problema parecido na rua João Vaz, no Centro. De acordo com moradores, a situação é a mesma que ocorreu na rua Bento Dias. O Saae abriu um buraco para realizar um serviço, contudo ele só foi fechado com terra.
Em uma das principais avenidas da cidade, a Pio XII, os motoristas também enfrentam problemas. Na foto, três grandes buracos espalhados pela avenida. Segundo a Secretaria de Obras, um trabalho de recuperação de bocas de lobo e da rede de águas pluviais está sendo realizado na avenida e após o término será feita a recuperação do asfalto.
Na rua Ismael Bueno de Oliveira, paralela à avenida Piratininga, na medida em que os buracos se alastram, espalham perigo e sujeira pela rua.
Coincidência ou não, na quinta-feira, após A Gazeta questionar a Secretaria de Obras sobre os buracos em frente ao Itaú e na rua João Vaz (exibidos nas fotos acima), eles foram tapados.
O prefeito Luis Donisete Campaci (PMDB), disse, na quarta-feira (14), em sua coluna oficial “Transparência Notícias”, que ruas e avenidas da cidade serão recuperadas em breve. “Temos novidades na área de recuperação de ruas e avenidas. Já concluímos o processo licitatório para a contratação da empresa que, nas próximas semanas, iniciará o trabalho de recapeamento de 35 ruas, construção de guias, sarjetas e pavimentação de mais cinco ruas, além da operação tapa-buracos”, disse.
Perguntas sobre as cobranças dos motoristas, a qualidade e a recuperação do asfalto foram enviadas à Secretaria de Comunicação da Prefeitura para que fossem encaminhadas à Secretária de Obras, Joceli Cardoso. Porém, até o fechamento da 38ª edição, às 16h de sexta-feira (15), não obtivemos resposta.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Aniversário de Brasília
O leitor e colunista do Jornal A Gazeta, Bile Zampaulo, encaminha um artigo de um colega ´dele lá de Brasília, também, para que nada seja esquecido no aniversário de Brasília.
Do protesto à tortura
Diogo Ramalho
Sábado, dia 17 de Abril de 2010, foi mais um dia que entrou para a História
do Distrito Federal, dentro do contexto da maior crise
Institucional-Política já enfrentada pela Capital desde sua Fundação, 50
anos atras. Os protestos se iniciaram na sexta-feira a noite, através de uma
vigília convocada pelo Movimento Fora Arruda e Toda Máfia em frente à Câmara
Legislativa do Distrito Federal. Na vigília houve músicas, brincadeiras como
Mímica e reflexões.
O sábado começou agitado, das cerca de 30 pessoas que dormiram na vigília,
às 14h da tarde o número saltou para quase 300 pessoas , uma hora antes de
iniciar a seção da Câmara que elegeu o escolhido de Arruda pra Governar
Interinamente o Distrito Federal até 31 de Dezembro. Estudantes,
trabalhadores, cidadãos vieram de toda parte do DF protestar contra uma
eleição totalmente ilegitima, que dos 24 votantes do seu colégio eleitoral,
10 parlamentares e suplentes foram flagrados na Operação Caixa de Pandora: a
Eurides da Bolsa, o Geraldo Naves que saiu da Penitenciaria 4 dias antes da
votação, entre outros.
Às 15h, quando iniciava-se a seção dentro da Câmara, na rua que dá acesso à
CLDF manifestantes atearam fogo em pneus interditando por 10 minutos a via.
Às 16h dezenas de manifestantes tentaram entrar na galeria para garantirem o
ideal democrático de que na casa do povo, o povo, não pode ser impedido de
entrar, ainda mais quando em nome dele, corruptos decidem. A resposta
imediata da polícia militar, sobre o comando do Coronel Silva Filho (aquele
que em 09 de Dezembro, a mando de Arruda, massacrou com cavalaria e muita
violência 5mil cidadãos que protestavam em frente ao Palácio Buriti) foi de
repressão violenta, cacetadas para todo lado, gás de pimenta, socos e
pontapés. 20 pessoas ficaram feridas, 8 tiveram que ser atendidas em
hospitais, 2 policias se feriram, 6 pessoas foram presas. Eu fui o segundo a
ser preso.
Quando prenderam o primeiro companheiro, eu era um dos que gritavam para
soltá-lo, e gritei bem forte várias vezes “Vocês têm que prender os filhos
da puta que estão aí dentro votando em nosso nome”. No meio do caos, muita
confusão, um tenente já conhecido meu de outros protestos, olhou no meu olho
enfurecido e disse que prenderia a mim. Eu disse “Prende então, não estou
fazendo nada”. Fui preso por desacato a autoridade.
A PM estava enfurecida, mas fui conduzido primeiro para a 2º DP, onde já
encontrei rapidamente com o advogado do Movimento Fora Arruda e Toda Máfia,
que me orientou a ficar em silêncio até a chegada dele na DRPI, para onde eu
estava sendo transferido, pois era um direito constitucional meu. Fiquei 30
minutos na viatura, sem sofrer qualquer violência dos Policiais Militares
Do protesto à tortura
Diogo Ramalho
Sábado, dia 17 de Abril de 2010, foi mais um dia que entrou para a História
do Distrito Federal, dentro do contexto da maior crise
Institucional-Política já enfrentada pela Capital desde sua Fundação, 50
anos atras. Os protestos se iniciaram na sexta-feira a noite, através de uma
vigília convocada pelo Movimento Fora Arruda e Toda Máfia em frente à Câmara
Legislativa do Distrito Federal. Na vigília houve músicas, brincadeiras como
Mímica e reflexões.
O sábado começou agitado, das cerca de 30 pessoas que dormiram na vigília,
às 14h da tarde o número saltou para quase 300 pessoas , uma hora antes de
iniciar a seção da Câmara que elegeu o escolhido de Arruda pra Governar
Interinamente o Distrito Federal até 31 de Dezembro. Estudantes,
trabalhadores, cidadãos vieram de toda parte do DF protestar contra uma
eleição totalmente ilegitima, que dos 24 votantes do seu colégio eleitoral,
10 parlamentares e suplentes foram flagrados na Operação Caixa de Pandora: a
Eurides da Bolsa, o Geraldo Naves que saiu da Penitenciaria 4 dias antes da
votação, entre outros.
Às 15h, quando iniciava-se a seção dentro da Câmara, na rua que dá acesso à
CLDF manifestantes atearam fogo em pneus interditando por 10 minutos a via.
Às 16h dezenas de manifestantes tentaram entrar na galeria para garantirem o
ideal democrático de que na casa do povo, o povo, não pode ser impedido de
entrar, ainda mais quando em nome dele, corruptos decidem. A resposta
imediata da polícia militar, sobre o comando do Coronel Silva Filho (aquele
que em 09 de Dezembro, a mando de Arruda, massacrou com cavalaria e muita
violência 5mil cidadãos que protestavam em frente ao Palácio Buriti) foi de
repressão violenta, cacetadas para todo lado, gás de pimenta, socos e
pontapés. 20 pessoas ficaram feridas, 8 tiveram que ser atendidas em
hospitais, 2 policias se feriram, 6 pessoas foram presas. Eu fui o segundo a
ser preso.
Quando prenderam o primeiro companheiro, eu era um dos que gritavam para
soltá-lo, e gritei bem forte várias vezes “Vocês têm que prender os filhos
da puta que estão aí dentro votando em nosso nome”. No meio do caos, muita
confusão, um tenente já conhecido meu de outros protestos, olhou no meu olho
enfurecido e disse que prenderia a mim. Eu disse “Prende então, não estou
fazendo nada”. Fui preso por desacato a autoridade.
A PM estava enfurecida, mas fui conduzido primeiro para a 2º DP, onde já
encontrei rapidamente com o advogado do Movimento Fora Arruda e Toda Máfia,
que me orientou a ficar em silêncio até a chegada dele na DRPI, para onde eu
estava sendo transferido, pois era um direito constitucional meu. Fiquei 30
minutos na viatura, sem sofrer qualquer violência dos Policiais Militares
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