segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Carteiro capivariano será entrevistado, hoje, pelo Jô

O profissional da agência central dos Correios de Capivari contará
um pouco de sua história no programa da TV Globo




Nesta segunda-feira (17), a partir das 0h25, o carteiro capivariano de 46 anos, Lumar Baptista será um dos entrevistados pelo Jô Soares.




Ansioso, Baptista conta que apesar da história de vida difícil, vários foram os momentos inusitados que, como este, o deixaram deslumbrados.




O primeiro aconteceu em 2006 quando recebeu, das mãos do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, o prêmio de melhor carteiro do Brasil. A votação, realizada nos 26 estados do país, classificou Baptista como o melhor carteiro dentre os 116.000 cadastrados. “Nunca esqueço de uma frase do presidente que disse: esse sim é brasileiro, pois lutou para chegar onde chegou”, comenta envaidecido o humilde profissional.




Além do Lula, Baptista já conheceu o governador José Serra e o Padre Marcelo Rossi.
Porém, esses contatos não mexeram com a humildade do sorridente homem que, desde muito cedo, conviveu com a dura realidade de inúmeras crianças brasileiras. Igual acontece com muitos filhos, Baptista não lembra da fisionomia dos pais, pois com apenas um ano de idade foi encaminhado à Associação Santa Rita de Cássia devido à morte do casal.




Foram 18 anos de convivência com todos os funcionários e crianças do abrigo que até hoje Baptista mantém contato. Inclusive, com a dona Antônia, “xodó” de Baptista, já que foi pelas mãos dela que o pequeno menino foi criado no Santa Rita. “Ela para mim é tudo. Sento, converso, brinco. Tenho muito orgulho de ver meus filhos a chamando de vó. Quando soube que ia ser entrevistado pelo Jô contei à ela que me disse: meu filho esse degrau ainda é pouco frente ao que você ainda vai subir”, conta emocionado.




São 23 anos de história dentro da sede dos Correios de Capivari, sendo que até hoje, mesmo depois de ser promovido como supervisor da empresa há quatro anos, Baptista ainda é lembrado como o “carteiro cantor”.



Repassando o ensinamento
Segundo Baptista uma das coisas mais intrigantes na vida de um carteiro é a diversidade de situações vividas diariamente. “Todo dia tenho uma história para contar. Histórias alegres, tristes, histórias que você vivencia. Uma grande experiência de vida”.




Graças a sua história de superação que Baptista ministra palestras em abrigos de todo o estado de São Paulo, através do incentivo dos Correios. Segundo o funcionário, os ensinamentos de respeito, educação, solidariedade e o mais importante, amor ao próximo, aprendidos no Santa Rita, são repassados nas palestras que ministra na própria Associação Santa Rita, no abrigo do São Jerônimo, e outros que é convidado. “As pessoas não devem jogar a toalha quando enfrentam um pequeno problema. Nunca devem desanimar, devem sim levantar a cabeça e acreditar que vão conseguir”.




Lumar conta que agradece a Deus todos os dias pela família que constituiu, pois sempre pôde contar com o apoio da esposa Cássia e dos filhos Pablo e Pamela.




Com relação à cidade que ama, o carteiro dispara “Capivari precisa valorizar as pessoas que estão na cidade, as pessoas mais humildes da cidade”, defende o “famoso” capivariano que tem orgulho de sua história e que é um exemplo de superação.

Um comentário:

  1. Lumar me pareceu o último dos moicanos. Herdeiro do humor, do talento para contar passagens de vida transfomando-as em 'causos' impagáveis, é um monumento vivo da cultura capivariana e ao 'modo de ser' da terra. Representou a categoria dos cateiros com honradez, verdade e alegria. Parabéns, Lumar.
    Maria Amélia Pagotto

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