O pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplica (Ipea) Carlos Henrique Carvalho afirmou há pouco que, ao longo dos últimos dez anos, o número de passageiros de ônibus diminuiu no País, enquanto as vendas de motos e carros teriam explodido.
Os dados são fruto de trabalho feito pelo instituto sobre a mobilidade urbana do Brasil, apresentado há pouco na X Conferência das Cidades.Segundo ele, a frota de automóveis de passeio é de 28 milhões de veículos. A ela se somam 9 milhões de motocicletas e apenas 100 mil ônibus urbanos. Quanto menor a cidade, afirmou, maiores os deslocamentos não motorizados ou com motocicletas. Nas cidades pequenas praticamente não há transporte coletivo: menos da metade das cidades com menos de 50 mil habitantes contam com ônibus urbanos.
Gasto de energiaCarvalho apontou que o Brasil vem se aproximando rapidamente do padrão norte-americano (o pior do mundo) no que se refere ao gasto de energia para locomoção. A melhor relação energia/deslocamento está nas grandes cidades asiáticas, seguidas pelas europeias e pelas australianas. Ele ressaltou ainda que nos últimos 15 anos houve sensível aumento na proporção de trabalhadores que gastam mais de uma hora no transporte entre a casa e o trabalho.
Entre as soluções sugeridas pelo pesquisador, estão a priorização do transporte público, com possível restrição à compra e ao uso de automóveis privados, à exemplo da prática de rodízio nas grandes cidades; a redução no custo do transporte público, com abatimento de tributos; e o fim da gratuidade de passagens, o que reduziria o preço geral em 20%.
Agência Câmara
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