Nota Técnica da Dimac revela impacto da diminuição das alíquotas do imposto
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) teve um efeito satisfatório sobre a economia brasileira ao manter 50 mil a 60 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Essa é uma das principais conclusões da nota técnica Impactos da Redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de Automóveis, apresentada na sede da Fecomércio de São Paulo, na manhã desta terça-feira, dia 1º.
Os números foram revelados pelo diretor de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Sicsú, e pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Fábio Roitman. "Entre janeiro e junho, 1,420 milhão de veículos (automóveis e comerciais leves) foram vendidos no país. Destes, 191 mil podem ser atribuídos à medida de redução do IPI. Ou seja, 13,4% do que foi vendido é atribuído à redução do imposto", afirmou Sicsú. A conta não inclui a venda de caminhões.
O estudo revelou ainda que a queda nas alíquotas do IPI fez a arrecadação encolher em R$ 1,8 bilhão. No entanto, a mesma decisão, ao elevar a venda de veículos, levou à arrecadação de mais US$ 1,2 bilhão. Portanto, o chamado custo de desoneração da queda do IPI foi de R$ 559 milhões. "Na verdade, o custo dessa desoneração deve ser menor ainda, porque o cálculo inclui apenas tributos federais, mas sabemos que houve também um impacto certamente positivo sobre arrecadação de ICMS", disse o diretor da Dimac.
A redução do IPI foi de 100% sobre carros de mil cilindradas e de 50% sobre carros entre mil e duas mil cilindradas. Uma redução semelhante das alíquotas também se aplicou aos veículos do tipo picape. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas internas de automóveis foram fortemente afetadas pela crise econômica, sofrendo redução de quase 49% entre julho e novembro de 2008.
(Ipea)
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