Cazuza– O tempo não pára (Walter Carvalho/Sandra Werneck, 2004)
Cazuza bem que poderia ter sido apenas um garoto da Zona Sul carioca, com uma vida bem confortável e super protegido pela mãe. É, mas ele foi além. O filme que conta boas passagens de sua vida mostra desde as farras às discussões filosóficas travadas por ele diante do mundo em que vivia.
Sua vida era sempre urgente. Tudo era pra já. Queria tudo ao mesmo tempo e acabou descobrindo que a melhor forma de se expressar era a música. O longa tem início no Circo Voador, onde ele fazia apresentações e passeia por suas paixões fugazes, pelas noitadas, mas também por momentos em que o jovem questiona a realidade que enxerga.
Mostra as viagens da turma já com o Barão Vermelho – bem no início da carreira – em uma Kombi, shows regados a drogas e problemas com a polícia. Cazuza transgrediu regras, leis e também deixou marcada sua forma de cantar, suas letras, suas verdadeiras poesias.
É claro que o filme não é tão completo quanto o livro “Cazuza, só as mães são felizes” e deixa de apresentar diversas passagens, mas nos dá uma boa ideia do universo em que o rapaz vivia e porque sua vida trilhou os caminhos que conhecemos.
Também é apresentada ao telespectador de uma forma interessante, por ser bem íntima o sofrimento a partir do momento em que descobriu que estava com Aids. Daniel Oliveira (que vive Cazuza) realmente incorpora a personagem e se identifica profundamente com o cantor. Assim, que recebe o exame de HIV positivo, ele sai correndo pela areia da praia completamente desnorteado, assustado e desesperado. É bom lembrar que na época a doença era ainda muito mais desconhecida.
No final, uma coletânea de fotos de família sensibilizam ainda mais sobre a história de Cazuza. O filme já foi criticado por muitos, pois teria incentivado o estilo de vida apresentado e elogiado por tantos outros. A interpretação e lição, na verdade, cada um faz a sua.
O longa, de 98 minutos, conta ainda com a participação de Reginaldo Farias (pai de Cazuza), Marieta Severo (mãe), Andréa Beltrão, Leandra Leal (Bebel Gilberto), entre outros nomes. Cazuza morreu aos 32 anos, em 1990.
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