terça-feira, 22 de setembro de 2009

Direto da Capital Federal










Bile Zampaulo, direto da Capital Federal


Logo que comecei a trabalhar em Brasília, em março desse ano, fiquei muito entusiasmado quando li a notícia que reproduzo de forma resumida abaixo, relacionada à minha área de atuação, ou seja, o desenvolvimento social e combate à fome. Me parece que esse texto é do Luis Nassif, me perdoem se me equivocar.

“Uma certa distribuidora de gás precisou realizar, em meados de 2008, investimentos de R$ 160 milhões para a aquisição de 8.000.000 (oito milhões) de botijas de gás, tanto para substituir aquelas cuja vida útil se esgotara, como para repor as botijas compradas por novos consumidores.

Dos quais 2.500.000 destinavam-se exclusivamente a região Nordeste, para repor vasilhames vendidos sem retorno.

Tradução: 2.500.000 de famílias deixaram de consumir lenha para consumir o gás GLP, exclusivamente na região nordeste.

A distribuidora identificou o que estava por trás desse movimento:
a) Bolsa Família
b) poder de compra do salário mínimo
c) empréstimo consignado
d) maior oferta de emprego

O cartão do Bolsa Família serve, entre outras coisas, para comprovar renda. Assim, o despossuído que antes dependia de lenha prá cozinhar, conseguiu ir até a loja e comprar um fogão por R$ 200, em 18/24 meses, e pela primeira vez comprar um bujão de gás. Daí a necessidade de reposição de 2.500.000 de unidades. Registre-se que isso não aconteceu de repente, foi entre 2003 e 2007”.

Não é fantástico? Eu que nunca gostei, ou achava que não gostava de economia, comecei a ler mais, a procurar entender as relações intrínsecas entre um programa de distribuição de renda e a economia do país, pois fica claro que o que parece ser muito pouco para ajudar uma família, na prática é muito, e para aqueles que juram que o Bolsa Família (BF) gera um bando de pessoas sem nenhuma autonomia, ou vagabundos, como defendem muitos desinformados, fica aqui um exemplo da amplitude de um Programa que dá dignidade, oportunidade e autonomia aos beneficiários, pois são eles que decidem o que fazer com o auxílio, e vale aqui mais uma informação, a maioria das famílias usa esse dinheiro para comprar comida ou material escolar para os filhos.

Quando o Governo Federal destina bolsas de estudo aos filhos bem alimentados da classe média e alta todos acham legítimo, e nesse caso são bolsas de valores dez vezes maiores que o BF, mas quando se trata de olhar para pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza e que nunca tiveram um governo comprometido com sua causa, daí todos querem achar uma forma de estigmatizar tal programa. Tem muitas irregularidades! Gera vagabundos! Colabora com o aumento do número de filhos! É apenas para comprar o voto dos pobres! E tantas outras acusações descabidas, infundadas, preconceituosas. O fato é que o Bolsa Família é uma realidade, veio para ficar.

A economia, distribuidoras de gás, redes de supermercados, lojas da linha branca, quitandas, livrarias, e é claro, milhões de famílias agradecem por essa intervenção do poder público em suas vidas.

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