sábado, 27 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

VC NA GAZETA


A fórmula da juventude

Habitualmente, crianças e adultos, quando ouvem a palavra “idoso”, tendem logo a vislumbrar a imagem de uma pessoa com a saúde debilitada, com pouca disposição e já acomodada com a ordem natural da vida: nascer, crescer, envelhecer e morrer.

Mas a todos que tem esta visão pré-concebida dos idosos, o mocoquense Antonio Carlos Figueiredo, de 81 anos, que há mais de 50 anos vive Capivari, dá provas de que o acúmulo de anos de vida não é sinônimo de acomodação e indisposição para viver.

“Eu parto de uma premissa de que a velhice é a minha juventude”. E é com este pensamento, que Antonio busca, todos os dias, viver, da melhor maneira possível, está fase da vida.

“Eu tive uma juventude sadia. Não bebia, não fumava, dormia cedo. Me alimentava bem, tomava um litro de leite por dia”, revelou seu segredo para chegar aos 81 anos, ainda com fôlego de menino. “Hoje jogo voleibol da terceira idade. Faço musculação, todos os dias. Toda pessoa que pratica esportes tem uma saúde muito boa.”

Nada mais justo, depois de décadas de trabalho, do que se aposentar e aproveitar a vida. Porém, Figueiredo, que é professor aposentado, questiona a atitude daqueles que, ao invés de apenas se aposentar do trabalho, também se “aposentam da vida”. “No Brasil, você aposentou morreu. Você se torna um elemento que cai no ostracismo”, analisa.

Formado em pedagogia e educação física infantil, além de lecionar, Antonio dedicava seu tempo à outra atividade: árbitro de futebol de salão. “Apitei, durante muito tempo, futebol de salão”, lembra.

E por falar em futebol, Figueiredo revela-se um corintiano fanático. “Sou corintiano até debaixo d’água. Sou corintiano há 71 anos. Comecei a torcer, quando tinha 10 anos.” Mas, na hora de falar sobre o título da Libertadores da América, deixa todo o fanatismo de lado e analisa com frieza as chances do time: “É muito cedo para ter uma opinião formada, porque o técnico ainda não tem uma equipe pronta”.

Homem de papo fácil, “gosto muito de bater papo. Trocar ideias. Conversando você aprende muitas coisas. Procuro me comunicar com todo mundo, sem distinção de classe e religião”, ele diz não acreditar na felicidade: “Não existe felicidade. O que existe são momentos felizes”.

Adepto das novas tecnologias, ele conta: “Eu adoro a internet. Tenho mais de 20 amigos. Sempre trocamos mensagens”. Porém, demonstra um olhar crítico em relação às novas invenções do homem: “O advento da TV, das novelas e do computador são uma das principais causas do fim da família. Não existe mais dialogo entre pai, filho, irmão, irmãs. A família está acabando”, refletiu o experiente homem.

Vez ou outra, sempre se ouve falar de casos de preconceito e violência contra idosos. Na percepção de Figueiredo, pessoas que praticam estes atos não enxergam o futuro. “Hoje, apesar de termos um Estatuto do Idoso, o que não é respeitado pela maioria, existe preconceito de muitas pessoas. Mas eles se esquecem que não serão eternamente jovens.”

Com autoridade para falar sobre as voltas que a vida dá, deixa um recado para os mais jovens: “A saúde é o alicerce do ser humano. Mas, nos dias de hoje, estou assustado com a juventude. Bebem demais, fumam. Agora me pergunto, será que eles vão chegar à minha idade? Eu acho que não. O tempo passa e não volta mais. Saibam aproveitar a fase da vida que estão”.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Terreno segue sendo preparado para início das obras

Nesta semana, seis caminhões basculantes, uma motoniveladora, uma retroescavadeira, um trator e uma pá carregadeira trabalharam na preparação do terreno, no bairro Santa Teresa d’ Ávila, onde serão construídas as 323 casas populares.


Com um projeto inovador, de excelente qualidade e curto espaço de tempo para serem construídas, as casas terão, segundo o prefeito Luis Donisete Campaci (PMDB), energia solar, piso cerâmico na casa inteira, azulejos até o teto na cozinha e banheiro, esquadrias em alumínio, telhas de barro e pintura interna e externa em látex.

“Entregaremos por meio da CDHU, um novo bairro com asfalto, água, energia, casas de ótima qualidade, passeios externos, toda infraestrutura e paisagismo. Capivari poderá contar com algo que espera há anos... as tão sonhadas casas populares”, disse.

Após receber a visita do engenheiro e Superintendente de Obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), Antonio Alexandre Neves, em seu gabinete, na quarta-feira (17), Campaci divulgou, que em 45 dias a terraplenagem e parte da infraestrutura devem estar prontas.

“Se o tempo continuar colaborando, para a próxima semana estão previstas a concretagem e início do radie”, informou.

O engenheiro Neves disse que estará acompanhando de perto as obras na cidade e informou que assim que esta primeira fase estiver concluída, muitos operários serão destinados à Capivari.

“A previsão é de termos de 200 a 300 pessoas trabalhando para que não haja atraso. Pelo que pude perceber o ritmo está bom e posso afirmar que tende a ser intensificado nas próximas semanas”, afirmou o Engenheiro.


Veja as principais notícias da 30ª edição do jornal A Gazeta

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Caps sofre com falta de luz apesar de sobrar mais de R$ 235 mil





No início do mês, a unidade do Caps AD ficou sem luz, entretanto, havia verba para não permitir o atraso das contas

Durante todo o ano de 2009, o Ministério da Saúde enviou à Secretaria Municipal de Saúde de Capivari o montante de R$ 734.026,20 para ajudar a custear os serviços oferecidos pelo Caps II e Caps AD do município. Entretanto, as unidades de assistência às pessoas portadoras de transtornos mentais custou R$ 498.900,24 durante os 12 meses do ano passado, segundo informações da assessoria de comunicação da prefeitura, sendo que do montante sobrou R$ 235.125,96 está aplicado na conta da pasta responsável, segundo o secretário de Saúde, Ermerson Oliveira.

CAPS II



CAPS-AD
Apesar do alto montante, no início de janeiro, o jornal A Gazeta veiculou que a unidade do Caps AD, localizada no centro da cidade, ficou sem luz em decorrência do não pagamento das contas dos meses de novembro e dezembro de 2009 que somavam R$ 360,80. A energia foi retomada cerca de 24 horas após a apuração da matéria, sendo que a justificativa da prefeitura foi de que as contas ainda não estavam no nome do Poder Executivo, e por isso não puderam ser encaminhadas ao Departamento de Compras, a fim de que os pagamentos fossem efetuados na data correta. De acordo com a assessoria do Poder Executivo, “é importante afirmar que no breve período de interrupção no fornecimento de energia não houve paralisação ou prejuízo aos serviços prestados. O atendimento ao público funcionou normalmente, bem como as oficinas terapêuticas programadas”.
É importante ponderar que de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, os valores devem ser aplicados no custeio das despesas estruturais do imóvel, como aluguel, água, luz e telefone, como também na compra de materiais que beneficiem as atividades desenvolvidas nas unidades, como materiais de oficinas e atividades de grupo, por exemplo.
A assessoria do governo federal também pondera que é entendido que a remuneração dos profissionais que atuam nos Caps é de responsabilidade dos municípios. “No entanto, é importante ressaltar a autonomia do gestor municipal em relação às decisões de utilização dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde. O Conselho Municipal da Saúde é o órgão local de fiscalização da aplicação dos recursos financeiros”.
Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Capivari, Antonio Valter Rocha, a maior parte da verba que mantém os profissionais das unidades é advinda do governo federal. Caso o município tivesse arcado com os pagamentos dos profissionais das unidades, como é instruído pelo Ministério, haveria uma economia ainda maior que chegaria a soma de R$ 588.250,20. É importante ponderar que o orçamento da pasta de saúde em 2009 foi de R$ 19.655.000,00, sendo que desse montante poço foi investido pelo governo municipal nas unidades do Caps, uma vez que o custeio dos serviços contabilizados nas tabelas acima são de responsabilidade do Ministério da Saúde, salvo o pagamento dos profissionais, o custo mais alto da planilha, que também acaba sendo mantida pelo governo federal.
A estimativa é que o município receba o mesmo valor, enviado pelo governo federal, no ano de 2010.

A lei

Até o dia 7 de dezembro de 2009, a lei que regia os investimentos das unidades do Caps em Capivari era a 3076/05 que possibilitava que o dinheiro encaminhado pelo Ministério da Saúde fosse aplicado apenas nos Caps. A partir deste dia, um novo projeto (nº118/2009) foi aprovado na Câmara capivariana, possibilitando que o repasse de R$ 734.026,20 também seja investido nas atividades de saúde no bloco de atenção de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, tais como: coleta de material para exames citopatológicos, coleta de sangue para triagem neonatal, entre outros serviços.

Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Valter Rocha, o objetivo é permitir que esse repasse também seja investido na Saúde Mental do município. “Uma lei municipal, do governo anterior, não permitia que a verba do Caps fosse utilizada na Saúde Mental. Como nem todo o repasse estava sendo investido no Caps, foi feita a lei, para a utilização da verba na Saúde Mental”.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, um parecer jurídico do Poder Executivo instrua que o montante que sobrou não seja investido em outras atividades que não sejam do Caps, uma vez que a lei foi votada no final de 2009. Entretanto, a destinação orçamentéria de 2010 poderá ser aplicada de forma diferente, já que a nova lei nº 118/09 já está em vigor. “a sobra será investida estritamente em coisas que a lei antiga permitia, por isso como as possibilidades são mais restritas, ficou para ser investido no decorrer de um determinado prazo. Já o valor deste ano o CAPS terá mais opções de investimentos, após a aprovação dessa nova lei”, ponderou a assessoria.

Prefeitura e Estado firmam acordo que beneficiará cerca de 950 alunos da rede municipal de ensino


Um convênio entre a prefeitura de Elias Fausto e o governo do Estado que beneficiará três escolas da rede municipal de ensino com a implantação do Programa Ler e Escrever, foi assinado pelo prefeito Cyro da Silva Maia (PT), na última quarta-feira (27), na Diretoria Regional de Ensino, em Capivari. Acompanhado do Secretario de Educação, Mario César Franco, o prefeito foi recebido pela supervisora de ensino Aparecida K. Piolla, pela dirigente de Ensino Maria do Carmo Lurial e pela Professora Coordenadora da Oficina Pedagógica, Maria Helena Patete.

O Programa Ler e Escrever é uma das 10 metas do plano para a Educação lançado pelo governo paulista em agosto de 2007 e tem como objetivo alfabetizar e também, nos casos necessários, promover a recuperação da aprendizagem de leitura e escrita dos alunos do ensino fundamental (1ª a 4ª série).

O convênio, que é válido por 24 meses e pode ser prorrogado até 60, beneficiará, segundo Franco, cerca de 950 alunos, distribuídos em 32 salas de aula.

Para por em prática o Programa, o governo municipal terá que comprar o material didático (livros, revistas, objetos) e fica sob responsabilidade do Estado, a capacitação dos professores.

Ciente da importância do Programa para o processo de aprendizagem dos jovens eliasfaustenses, Cyro disse: “Além da capacitação que os professores terão, é uma maneira de melhorar, e muito, a formação e preparação dos alunos”.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

VC NA GAZETA

A casa de quatro rodas


Embora muitas pessoas passem boa parte de seu tempo dentro de carros e façam deste ambiente uma espécie de “segunda casa”, onde se alimentam, falam ao telefone, ouvem música, assistem TV e realizam mais uma infinidade de atividades, carros são, na maioria das vezes, um acessório, meramente, de locomoção. Que servem para nos levar de um lugar a outro, em um curto espaço de tempo, sem exigir grande esforço físico. Ou seja, servem para facilitar a vida.

Mas, diferente destas utilidades comuns de um carro, um já desgastado Corcel azul, no ápice de seus mais de 30 anos de idade, perdeu sua função primária, trafegar, para servir, literalmente, de casa.

Para Sandro José da Silva, 43 anos, que mora sozinho e perdeu tudo para as enchentes, foi o que restou. “Meu barraco era pequenininho, de madeira. Foi encoberto pela água”.

Após a terceira e última enchente do mês de dezembro do ano passado, sua casa, que fica na Vila Balan, foi condenada pela Defesa Civil. A frase, segundo ele, foi dura: “Você não pode mais voltar pra casa”, conta.

Tendo como única opção de “teto” o abrigo da prefeitura na escola Rosa Lembo, preferiu a rua. “Não fui dormir na escola. Tem muita bagunça lá dentro. Deus me livre.”

Segundo Sandro, ele dormiu algumas noites em frente à varanda de uma casa e ficou separado, apenas, por alguns metros, daquele que já foi um dia, seu maior bem, o “seu barraco”.

“Eu estava dormindo na rua. Aí, veio um amigo [vizinho] e me disse para ficar dormindo no carro dele [o Corcel]. Então, desde a última enchente de dezembro, estou dormindo dentro do carro. Eu não ligo, não”, disse.

Na terça-feira (19), após nova enchente, enquanto olhava para o cenário de destruição causado pela água, Sandro encontrou na memória, bons momentos que viveu naquele lugar tomado pela água. “Antigamente eu dava aula de capoeira para a criançada aqui do bairro. Dava faixa e tudo. Agora... não sobrou nada".

Sem saber para onde vai e o que será de seu futuro, uma triste lembrança toma conta de seus pensamentos. “Falaram [Defesa Civil] que a casa estava em risco. Eu gritei para o homem do trator, “Deus está vendo o que vocês estão fazendo”. A máquina só encostou e a casa foi para baixo. Foi a última vez que eu vi meu barraco em pé.”

Conheça as novas notas do Real

Divulgação Banco Central
Para saber mais veja matéria abaixo.

Banco Central lança novas cédulas do Real

Divulgação Banco Central
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou hoje (03), em entrevista coletiva a segunda família do Real. As primeiras cédulas a serem colocadas em circulação devem ser as de R$ 50,00 e R$ 100,00. As demais devem começar a circular no segundo semestre. Elas substituirão as cédulas que estiverem em más condições.


Brasília - O Conselho Monetário Nacional aprovou hoje, em reunião extraordinária, o lançamento da segunda família de cédulas do Real. A nova séria de notas entrará em circulação gradualmente até 2012, mas as notas em circulação continuação a valer até a substituição integral. Lançada em julho de 1994, a série de cédulas atual permaneceu praticamente inalterada por 15 anos.

Um novo design para o dinheiro brasileiro
O projeto das novas cédulas brasileiras vem sendo desenvolvido desde 2003 pelo Banco Central em conjunto com a Casa da Moeda do Brasil – CMB, responsável pela produção do dinheiro. As novas cédulas do Real atenderão a uma demanda dos deficientes visuais, que até então enfrentavam dificuldade em reconhecer os valores das notas. Com tamanhos diferenciados e marcas táteis em relevo aprimoradas em relação às atuais, a nova família de cédulas facilitará a vida dessa importante parcela da população. Dotadas de recursos gráficos mais sofisticados, as notas ficarão mais protegidas contra as falsificações.

A temática da atual família – efígie da República nos anversos e animais da fauna brasileira nos reversos – será mantida, porém os elementos gráficos foram redesenhados, de forma a agregar segurança e facilitar a verificação da autenticidade pela população. A nova família vai manter a diferenciação por cores predominantes, aspecto que facilita a rápida identificação dos valores nas transações cotidianas, inclusive por pessoas com visão subnormal.

As primeiras cédulas a serem lançadas serão as de R$ 100 e de R$ 50, que demandam maior segurança contra falsificações por serem os valores mais elevados em circulação. A substituição do meio circulante será feita aos poucos, à medida que as cédulas atualmente em circulação forem retiradas em decorrência do desgaste natural. No primeiro semestre de 2011, serão lançadas mais duas denominações – R$ 20 e R$ 10 –, devendo toda a nova família estar em circulação em um período de dois anos.

Tecnologia de ponta

Para produzir as novas cédulas com os recursos gráficos e novos elementos de segurança especificados no projeto, a Casa da Moeda do Brasil (CMB) modernizou seu parque fabril. Para tanto, a empresa obteve em 2008 o aporte de recursos necessário para a aquisição de equipamentos de última geração na área de impressão de segurança. As novas máquinas se encontram em processo de instalação e testes, devendo estar prontas para a produção ainda durante o primeiro semestre de 2010. Com as aquisições, a CMB se equipara às empresas mais modernas do mundo no ramo da impressão de segurança, e se torna apta a oferecer seus serviços a outros países, como já ocorreu no passado.





Com AI Banco Central do Brasil

Donativos encaminhados ao abrigo Aldo Silveira são vendidos


Os abrigados na escola municipal questionam a fiscalização e o controle de distribuição de doações


Marmita a R$ 1,00, cesta básica a R$ 5,00. Este é o custo das doações encaminhadas aos desabrigados da região do Moreto em Capivari. Segundo os que estão abrigados na escola municipal Aldo Silveira, até a semana passada, as marmitas eram entregues do lado de fora da escola, sendo que o cadastramento podia ser feito no mesmo instante. O mesmo acontece com as cestas básicas que são comercializadas por alguns que não sofreram com as enchentes.

Segundo a abrigada Eliana Cristina Ferreira, a informação recebida é que devem liberar as cestas para não estragar.

O ex-abrigado Emilio Leite de Campos, que voltou para casa ontem (29), afirma que muita gente que não precisava da cesta básica ia até a escola e pegava. “Muitas vezes, pessoas que nem estavam “dentro d’água” pegaram e as que realmente precisavam, ficaram sem”.
A informação é confirmada por voluntários, que preferiram não se identificar por receio de não serem contemplados com casas populares. Segundo eles, o sistema era mais rigoroso no início do ano, porém nas últimas semanas está deixando a desejar. “Tem pessoa que tem cadastro e já pegou 5, 6 cestas”, comenta *João.

Outro voluntário ponderou que pessoas que não sofreram com as enchentes também são beneficiadas com as doações. “Tem gente que nem pegou água na casa e pega cesta. Virou um comércio, por agora todo mundo recebe no grito”.

Este mesmo voluntário afirmou que muitos dos que ganham cestas se recusam a receber algumas marcas de produtos. “Estes dias, vi uma pessoa trocando a cesta porque não gostava da marca de café”.

Os que precisam
Mãe de seis filhos, a moradora do Moreto, que também preferiu não se identificar por medo de represália, afirmou que só consegue pegar, “com muito custo, uma cesta há cada 15 dias. Mas teve gente que pegou uma cesta e vendeu para comprar a passagem para voltar para o Nordeste, já que acabou a safra”.

Essa moradora comenta que vê todos os dias vários donativos serem encaminhados à casas que não precisam, como também serem vendidos. “Tem de tudo. Tem filho de comerciante, que não precisa e pega, tem gente que leva a cesta para casa e volta para comer marmita, tem gente que deixa a família em casa e fica no abrigo para levar doações. Tem de tudo”.

Uma moradora da área central da cidade que teve a residência atingida pela enchente, mas não ficou desabrigada, comenta que há 20 dias pediu material de limpeza no ginásio de esportes, assinou um papel no local, sendo informada que o que havia pedido chegaria na mesma semana e até hoje não recebeu nada. “Eu não fui atrás de alimento, nem roupa, só precisava de material de limpeza para arrumar minha casa, e nem isso eu tive”.

Segundo a assessoria de imprensa, todas as famílias atingidas pela enchente devem procurar o abrigo que atende a regional do bairro atingido e contar à assistente social o que foi perdido com as enchentes, sendo que as profissionais são encontradas nestes locais das 8h às 17h, durante a semana.

Má fé
As queixas de má fé na problemática pós-enchentes capivariana não se limitam aos abrigos da cidade. Segundo uma voluntária da Central de Doações da prefeitura, existe muito desvio de donativos realizados pelos próprios voluntários que ajudam a recepcionar e separar as doações. Ela lembra que muitos voluntários atuam com determinação, visando apenas a caridade, entretanto, existem àqueles que querem se beneficiar da situação. “Muitos produtos são escondidos, os de melhor qualidade, como doces, bolachas, ketchup, panetone, salsicha, hambúrguer”.

Segundo ela, essa escolha também se dá com as roupas e calçados, tanto que algumas sacolas que continuam produtos novos sumiram dos locais de arrecadação. “Durante o trabalho voluntário, algumas sacolas foram montadas com destino às casas dos que trabalham para ajudar os desabrigados”.

Organização e atenção
Para os abrigados, toda a problemática é gerada pela falta de organização e fiscalização das doações, como também a atenção dos funcionários.

*João comenta que antes era freqüente as visitas de assistentes sociais e profissionais da vigilância sanitária, sendo que estes passavam as informações para os abrigados, o que não acontece mais. “Tinha mais informações, mais funcionários dedicados, agora parece que eles estão fazendo por obrigação”.

O que mais incomoda Campos é a organização da distribuição de donativos. Para ele, uma maior fiscalização resolveria o problema. “Não sei que tipo de cadastro eles [prefeitura] fizeram, porque qualquer um chegava lá com identidade e comprovante de endereço e recebia. Para fazer uma coisa você tem que conhecer. Tem que saber onde a pessoa mora. Se realmente foi atingida e precisa de ajuda. Era só chegar lá com a identidade e com comprovante de residência que pegava.”

A revolta do morador do Moreto se deve à comercialização das doações. “Muita gente que não estava na escola pegava marmitex e trocava por pinga em boteco.”De acordo com a assessoria de imprensa, cada família de quatro pessoas tem o direito de receber uma cesta básica há cada 15 dias. Com relação às vendas dos donativos, a secretária de Desenvolvimento Social, Sueli Batagin, não entende como responsabilidade da prefeitura a comercialização, uma vez que os profissionais do Poder Executivo que foram destinados a trabalhar no abrigo acreditam no que as pessoas afirmam.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Escolas acertam os últimos detalhes para o desfile

Há duas semanas do Carnaval, as duas escolas de samba de Capivari, Acadêmicos Turma do Brejo e Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Vai com Tudo e mais 10, trabalham para ajustar os últimos detalhes e brilhar na avenida.

Neste ano, diferentemente dos anos anteriores, o desfile não será mais no Centro e sim na Avenida Pio XII, entre as ruas General Osório e Avenida Piratininga, no sentido Capivari – Rafard. A mudança foi uma decisão da comissão para o carnaval 2010.

A Turma do Brejo, munida de três carros alegóricos e aproximadamente 350 integrantes, distribuídos em seis alas, terá como tema: “Futebol e carnaval uma mistura sem igual: o Brejo mostra os países das conquistas mundiais”. Os cinco títulos da Seleção Brasileira de Futebol nas Copas de 1958 na Suécia, 1962 no Chile, 1970 no México, 1994 nos Estados Unidos e 2002 na Coréia e Japão, serão lembrados.

A escola iniciou os ensaios no dia 4 de janeiro e no dia 7 de fevereiro, a partir das 17h, escolherá em um concurso, na sede da escola, no bairro Estação, sua rainha.

O presidente do Brejo, Carlos Pastrello, conhecido como Carlinhos, demonstra preocupação com a mudança do local do desfile. “Nossa preocupação é com a sonorização na avenida. Tanto para os nossos músicos, como para o público que estará acompanhando o desfile. No Centro, havia uma acústica boa. Como mudou o local, estamos na expectativa de saber como será ”, disse Carlinhos, que também falou sobre sua expectativa: “Os ensaios estão bem encaminhados. O samba enredo já está sendo tocado. Os carros estão sendo finalizados. Trabalhamos por seis meses. Agora, a hora que chegar o carnaval temos que colher os frutos”.

Pelo lado azul e branco, cores da Vai com Tudo, o público verá um desfile “líquido”. Com o enredo “Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia”, a escola falará sobre variados tipos de líquidos, como: água, chá, refrigerante, vodka, uísque, champagne, cachaça, cerveja e vinho. A escola, que começou os ensaios no dia 3 de janeiro, irá à avenida com aproximadamente 250 integrantes, dispostos em cinco alas e mais quatro carros alegóricos. Amanhã (31), a partir das 18h, será escolhida a rainha da escola, em sua sede, no bairro Engenho Velho.

A carnavalesca da Vai com Tudo, Viviane Val, disse acreditar que a mudança do local do desfile será benéfica para a passagem da escola, pois é uma área plana, e para o público que terá uma estrutura mais preparada para recebê-los. “Acho que vai melhorar bastante. Vai deixar o carnaval um pouco mais profissional”, analisou.

Para o presidente Rafael Antonelli Ventura, a escola está no caminho certo para fazer uma grande apresentação. “A expectativa é a melhor possível. Principalmente pelo fato da mudança do local. As coisas estão bem encaminhadas”, disse.

Os desfiles serão realizados nos dias 13 e 15 de fevereiro. De acordo com a prefeitura, equipamentos de som serão instalados durante todo o percurso, além de uma grade de proteção no percurso do desfile e banheiros químicos, inclusive banheiros para atender a pessoas portadoras de necessidades especiais, que estarão disponíveis ao público.

Está prevista uma campanha de prevenção contra Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), com a montagem de um stand da Secretaria da Saúde e distribuição de folhetos informativos e de preservativos.

Segundo a prefeitura, a segurança será reforçada durante a festa, recebendo o apoio da Guarda Municipal, da Polícia Militar e da Polícia Civil, além da disponibilidade de uma ambulância que estará em plantâo para atender a possíveis emergências durante o evento.

Confira a programação completa da festa, divulgada pela prefeitura:

- Sábado (13) - Desfile das escolas de Samba Vai com Tudo e mais 10 e Turma do Brejo a partir das 21h.

- Domingo (14) - Trio Elétrico com Inocência Banda Show, muito axé e também concurso de dança. Monte o seu grupo e seja destaque no Carnaval 2010. A partir das 18h.

- Segunda-feira (15) - Desfile das escolas de Samba Vai com Tudo e mais 10 e Turma do Brejo a partir das 21h.

- Terça-feira (16) - Trio Elétrico com Inocência Banda Show, muito axé e também concurso de dança. Monte o seu grupo e seja destaque no Carnaval 2010. A partir das 18h.

Casas danificadas pelas enchentes terão linha de crédito especial para reforma

Uma equipe especial da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano(CDHU), está na cidade e até o dia 5 de fevereiro, efetuará o cadastro dos moradores que são proprietários de casas atingidas e danificadas pelas enchentes, para que possam participar de uma linha especial de crédito.

O crédito será fornecido para que os donos de casas danificadas possam recuperá-las. Para participar, os interessados terão que se enquadrar em alguns quesitos básicos iniciais: ser proprietário e residir no imóvel danificado, o imóvel deve ser de utilização estritamente residencial e não comercial, aluguel ou outros fins, a renda familiar deve ser entre 1 e 10 salários mínimos, além dos documentos da residência estarem regularizados junto aos órgãos competentes.

A princípio, será realizado o cadastro das residências e posteriormente um engenheiro da CDHU fará uma vistoria em cada uma das casas, para definir qual o valor dos créditos que serão disponibilizados para cada família.

Os proprietários que desejarem se inscrever devem comparecer na Secretaria da Habitação, rua Padre Fabiano, 1137, Centro, até o dia 5 de fevereiro, portando RG e CPF do casal residente e um comprovante de residência atual.

A CDHU destaca que as casas atingidas pelas enchentes ou chuvas que são financiadas possuem seguro e por isso não podem participar da linha especial de crédito, uma vez que estes proprietários podem solicitar ao seguro dos imóveis a realização dos consertos.