As temperaturas médias anuais do ar na Estação Antártica Brasileira têm diminuído em torno de -0,6ºC por década se considerados os últimos 14 anos. A tendência de queda, registrada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), pode ser constatada, por exemplo, nos anos de 2007 e 2009, quando o inverno rigoroso congelou os dois lagos de água doce que abastecem a Estação. Em 1995, 2007 e 2009, a extensão do gelo que cobre a Baía do Almirantado no inverno atingiu seu nível máximo.
Desde 1986, quando iniciaram as coletas de dados na Estação, com exceção de 1987, as temperaturas mais baixas nos meses de inverno (junho-julho-agosto) ocorreram nos últimos 14 anos. Em 1995, por exemplo, a média no inverno foi de -10,3ºC. Em 2007 e 2009, -8,5ºC. “Ao longo de 2009, as temperaturas ficaram abaixo da média, com exceção de janeiro e março.
A temperatura mínima absoluta, –25,6ºC, ocorreu em 5 de agosto, sendo que há 18 anos a mínima em um mês de agosto não caía abaixo dos -25ºC”, diz o pesquisador Alberto Setzer, do Inpe.
É preciso observar que o clima nesta região apresenta grande variabilidade interanual, com alternância entre anos mais quentes e frios. Devido a estas significativas variações, que na média chegam a cerca de 3ºC nas médias entre cada ano, é difícil fazer previsões de temperaturas mesmo para o ano próximo. “Se consideradas as médias anuais dos últimos 65 anos na região, houve aquecimento médio de +0,23ºC por década.
Porém, para os últimos 29 anos, que de um ponto de vista prático configuram os 30 anos convencionais de uma climatologia padrão, os dados médios mostram estabilidade, portanto sem indicação de aquecimento do clima”, conclui o pesquisador do Inpe sobre a temperatura na Estação Antártica Comandante Ferraz.
AI Min. Ciência e Tecnologia
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