quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Liminar retira Cosan da lista suja do Ministério do Trabalho

A Cosan, incluída na lista suja do Ministério do Trabalho, em 31 dezembro, depois que uma fiscalização, feita em 2007, encontrou, em uma usina do grupo, trabalhadores em condições semelhantes à da escravidão, obteve uma liminar, concedida pela Justiça do Trabalho, na sexta-feira (8), que determinou a retirada da empresa da lista.

Com mais de 40 mil funcionários e uma das principais produtoras do setor de açúcar e álcool do país, a Cosan divulgou em comunicado que a empresa José Luiz Bispo Colheita - ME, que prestava serviços na usina, era a responsável pelos trabalhadores e assim que tomou conhecimento do fato, a exclui da sua lista de fornecedores.

O comunicado informa ainda que a Cosan adotou prontamente diversas providências, dentre as quais o pagamento de todas as despesas necessárias à regularização de tais trabalhadores e que a companhia ficou surpresa com sua inclusão na lista do Ministério do Trabalho, ato que considerou "abusivo e intempestivo".

Durante os dias que figurou na lista, a Cosan teve os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), suspensos.

De acordo com uma reportagem publicada no site Folha Online, em 7 de janeiro, a Cosan havia obtido crédito de R$ 635,7 milhões junto ao BNDES em junho do ano passado para a construção da usina de produção de álcool combustível em Jataí (GO) e apesar de aprovado, o dinheiro ainda não havia sido liberado pelo banco, pois segundo o BNDES, as liberações referentes a contratos já firmados dependerão de avaliação sobre as medidas que a Cosan adotará para ser excluída da lista.

Ainda de acordo com a reportagem da Folha Online, a medida, do banco, tem caráter preventivo e a concessão de financiamento só iria ocorrer após a Cosan sair da lista suja.

Procurada pelo jornal A Gazeta, a assessoria do banco informou que as operações já voltaram ao normal. “O BNDES tomou conhecimento da retirada da empresa Cosan do cadastro do Ministério do Trabalho de empregadores que tenham mantido trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo. Em razão deste fato, fica revogada a suspensão das operações com a empresa, anunciada no dia 07/11. O BNDES, em linha com o compromisso com as melhores práticas socioambientais, expressas em seus normativos, continuará acompanhando a evolução do caso.”

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