segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Aquecimento global não afetará o café brasileiro, diz pesquisador do IAC

O Brasil tem condições de lançar mão de medidas paliativas que podem evitar que o café seja drasticamente afetado pelo eventual aquecimento global. A afirmação tranquilizadora, que contraria a projeção de alguns estudos científicos, foi feita nesta sexta-feira (6) por Luiz Carlos Fazuoli, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).

De acordo com ele, a adoção de técnicas de manejo e o desenvolvimento de variedades mais resistentes ao calor devem ser suficientes para garantir a posição do país como maior produtor mundial da cultura. “As pessoas podem ficar tranquilas, pois o nosso cafezinho de cada dia estará garantido”, previu. Fazuoli foi um dos participantes de mesa-redonda realizada dentro da programação do 1º Campinas Café Festival, que ocorreu até domingo (8), no Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS) Guanabara, órgão ligado à Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) da Unicamp.

Especialista em genética do café, o pesquisador do IAC afirmou que as previsões relativas ao progressivo aquecimento do planeta ainda são objeto de controvérsia. Há, segundo ele, quem defenda que a Terra pode até mesmo passar por uma fase de resfriamento. “Particularmente, não acredito que a temperatura se eleve em mais de um ou dois graus. Se isso ocorrer, nas áreas onde a temperatura média gira em torno de 18 a 20 graus, não vai alterar praticamente nada, visto que a espécie arábica produz bem numa faixa de 18 a 24 graus, podendo chegar a 24,5 graus com o uso da irrigação”, assegurou.


Ademais, prosseguiu Fazuoli, a agricultura dispõe de recursos que podem ajudar a reduzir a temperatura no campo. “Entre elas estão a própria irrigação, a arborização e o adensamento da plantação”, elencou. Mas e se a temperatura se elevar em quatro ou cinco graus, como seria? Conforme o pesquisador, nessa hipótese as consequências seriam muito sérias. “É por isso que também estamos trabalhando no IAC com o desenvolvimento de variedades mais resistentes ao calor, pois temos que estar preparados para o pior dos cenários, mesmo não acreditando que ele possa se concretizar. Nós já temos alguns híbridos com essa característica, mas ainda precisamos de mais alguns anos para aperfeiçoá-los”, adiantou.

AI Unicamp

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